“A Guiné-Bissau tinha uma imagem de Estado falhado, e o Dr. Ramos-Horta ajudou a retirar essa imagem”. As palavras são de Sana, um jovem guineense, que juntamente com Braimex e amigos, decidiram compor uma canção dedicada ao Nobel da Paz, que este mês cessa funções como Representante Especial do Secretário-geral da ONU (RESG).
O tema “Obrigado, Ramos-Horta”, já toca desde a semana passada nas rádios nacionais e comunitárias da Guiné-Bissau (ver noticia neste website), e esta quinta-feira foi entregue o cd e um Certificado ao RESG, no seu gabinete no UNIOGBIS.
Um certificado onde se lê: “certifica-se que a missão do Dr. José Manuel Ramos-Horta foi coroada de êxito”.
Além do simbolismo deste encontro, houve a oportunidade para uma troca de impressões sobre o País que acaba de regressar à Ordem Constitucional. E falou-se da juventude, com José Ramos-Horta a salientar que os “jovens guineenses são muito bem comportados” referindo-se à forma pacífica e inédita, como decorreram os últimos comícios da campanha eleitoral de José Mário Neves e do seu adversário na corrida à Presidência, Nuno Nabian: no mesmo espaço, na Praça do Império, sem quaisquer incidentes, em que todos deram provas de tolerância e civismo.
O Ex- Presidente timorense e Nobel da Paz, disse aos “djs”, que em Nova Iorque, nos próximos encontros que manterá nas Nações Unidas, no final deste mês, irá transmitir a sua firme convicção, de que “ a Guiné-Bissau pode ser um caso de sucesso, com um povo tão pacífico. A ONU não pode falhar, a Comunidade Internacional não pode falhar e não se brinca com a confiança de ninguém”.
Mas quem são os autores deste tema que elogia não só o papel politico, de mediador e conciliador de Ramos Horta, mas que também sublinha a paz e a reconciliação na Guiné-Bissau? Sana, Braimex, Mamudo e José, numa breve conversa com o website ramoshorta.com, dizem que o projecto surgiu num contexto “bonito, em que os guineenses agradecem muito o papel de José Ramos-Horta e que têm a obrigação de lhe dizer “obrigado!”. Estes jovens, que acreditam num futuro de paz e reconciliação, sublinham que “nos devemos erguer, e lutar por tudo aquilo que de melhor todos nós queremos, porque desde o conflito militar de 1998 somos muito mal tratados e não encontrámos um caminho, mas este é o momento certo para tal”.